quarta-feira, 29 de julho de 2009

A religião e seus rituais



“Os indianos desta região repetem uma fábula de alerta sobre um grande santo que estava sempre cercado, em seu Ashram, por devotos leais. Durante horas por dia, o santo e seus seguidores meditavam sobre Deus. O único problema era o que o santo tinha um gato jovem, uma criatura irritante, que costumava atravessar o templo miando, ronronando e incomodando todo mundo durante a meditação. Então o santo, com toda sua sabedoria prática, ordenou que o gato fosse amarrado a um poste do lado de fora durante algumas horas por dia, apenas enquanto durasse a meditação, para não incomodar ninguém. Isso se tornou um hábito – amarrar o gato ao poste e, em seguida, meditar sobre Deus – mas, com o passar dos anos, o hábito se consolidou, transformando-se em ritual religioso. Ninguém conseguia meditar a menos que o gato fosse amarrado ao poste primeiro. Então, um dia, o gato morre. Os discípulos do santo entraram em pânico. Foi uma enorme crise religiosa – como poderiam meditar agora sem um gato para amarrar no poste? Como conseguiriam alcançar Deus? Em suas mentes, o gato tornara-se o meio.”
Tomem muito cuidado, alerta essa história, para não se tornarem obcecados demais com o ritual religioso por si só. Sobretudo neste mundo dividido, onde o talibã e a coalizão cristã seguem travando sua guerra internacional de patentes para resolver quem detém os direitos em relação à palavra Deus, e quem tem os rituais adequados para alcançar esse Deus, pode ser útil lembrar que amarrar o gato ao poste nuca levou ninguém à transcendência, mas sim o desejo individual constante de um discípulo de vivenciar a eterna compaixão do divino. A flexibilidade é tão essencial para a divindade quando a disciplina.
A sua tarefa, portanto, se você decidir aceitá-la, é prosseguir em sua busca pelas metáforas, rituais e mestres que o ajudem a se aproximar ainda mais da divindade. As escrituras iogues dizem que Deus reage às preces sagradas e aos esforços dos seres humanos, qualquer que seja a maneira como os mortais decidirem venerá-lo - contanto que as preces sejam sinceras. Como sugere uma linha dos Upanishads: "As pessoas seguem caminhos diferentes, retos ou tortuosos,de acordo com seu temperamento, dependendo daquilo que julgam ser melhor, ou mais apropriado - e todas alcançam Você, da mesma forma que os rios desaguam no oceano."

Comer, rezar, amar – Elizabeth Gilbert pág. 213 e 214

quarta-feira, 15 de julho de 2009

Protestantismo A RELIGIÃO DO LIVRO

Estava navegando pelo orkut, quando me deparei com um texto cujo tema é semelhante a outro texto que publiquei no blog, então, como que dando seguimente ao assunto, aqui vai o texto:



Para os primeiros cristãos Jesus era "A Palavra Vivente", Luz, Pastor, Pão, Água etc... E tudo o que o judaísmo afirmou no salmo 119. Os primeiros cristãos existiram, se espalharam e prosperaram sem nenhum livro, sem um novo testamento. Não foi como o posterior protestantismo, A RELIGIÃO DO LIVRO. O quarto Evangelho repudia a religião do livro: "Examinais as Escrituras, porque vós cuidais ter nelas a vida eterna, e são elas que de mim testificam" Paulo também repudia uma religião de livro, ley ou letra que é a mesma coisa: "Mas agora temos sido libertados da lei, tendo morrido para aquilo em que estávamos retidos; para que sirvamos em novidade de espírito, e não na velhice da letra." O protestantismo fez da Bíblia seu Cristo, e tem que ser dito, aqueles que afirmam que ela é a Palavra de Deus são muito ignorantes sobre o que a Bíblia afirma sobre ela mesma. O Novo Testamento foi escrito pela igreja, reunido e canonizado por ela, não é nenhuma revelação, não é a palavra de Deus. Católicos e protestantes se enganaram na sua procura de uma autoridade vertical para viver, porque todas as autoridades verticais são, pela sua propria natureza, desumanas e malvadas. Devemos respeitar o testemunho da igreja da era do Novo Testamento, só que não mais do que merece qualquer testemunho humano. A Eclesiologia (culto à iglesia) e a Bibliolatria (culto a um livro) são a mesma coisa.


terça-feira, 14 de julho de 2009

Auxílio para os de fé manca...

A bíblia é suficiente pra quem só usa ela como muleta.
Outros, porém, precisam de mais muletas...

“ Começamos, por ventura, outra vez a recomendar-nos a nós mesmos? Ou temos necessidades, como alguns, de cartas de recomendação para vós outros ou de vós? Vós sois a nossa carta, escrita em nosso coração, conhecida e lida por todos os homens, estando já manifestos como carta de Cristo, produzida pelo nosso ministério, escrita não com tinta, mas pelo Espírito do Deus vivente, não em tábuas de pedra, mas em tábuas de carne, isto é, nos corações. E é por intermédio de Cristo que temos tal confiança em Deus: não que por nós mesmos, sejamos capazes de pensar alguma coisa, como se partisse de nós; pelo contrário, a nossa suficiência vem de Deus, o qual nos habilitou para sermos ministros de uma nova aliança, não da letra, mas do espírito; porque a letra mata, mas o espírito vivifica.”
2Co. 3:1-6


Parece que não conseguem entender que Deus um dia falou através de uma Lei escrita, mas hoje ele optou por falar diretamente ao coração do homem, porquê é no homem que ele habita.
Pra quem tem uma fé manca, muletas são necessárias...
Pra quem tem uma fé sólida, consegue extrair de qualquer escrito, desde a bíblia até o Al Corão, passando pelo Evangelho segundo o Espiritismo [Alan Kardec] e qualquer outra escrita que mencione alguma divindade ou poder sobre-humano, ou que nem ao menos faça menção a isso e seu objetivo nem seja esse.
Para os que tem o coração liberto das cadeias pragmáticas e liturgicas, o "bom" ou "correto" é bem vindo, não importa de onde venha!
Portanto, Deus fala através da Bíblia-Torá; Al Corão; Zend Avesta; Guru Granth Sahib; Rig-Veda; Mahabharata... Mas, antes de qualquer coisa, ele fala através do coração humano, sem nenhuma barreira religiosa, onde Deus é o que é, e muitas vezes nem é chamado de Deus.
Mas é ali, no coração do homem, que Deus escreve sua mensagem, assinada por Cristo e selada pelo Espírito Santo!

sábado, 11 de julho de 2009

Filhos de políticos em escolas públicas

Estava lendo um dia desses uma matéria que achei interessante.
É sobre um projeto de lei que obriga políticos a matricularem seus filhos em escolas públicas.
O autor do projeto é o Senador Cristovam Buarque, veja o link:

http://www.senado.gov.br/sf/atividade/Materia/detalhes.asp?p_cod_mate=82166

Embora eu tenha me alegrado com a notícia, não acredito que essa lei venha ser sancionada.
Acredito que alguns irão alegar que seja contrária a liberdade que tem de matricular seus filhos onde acharem que terão uma boa educação e bla bla bla político...
Afinal de contas, o aluno tem o direito de estudar onde quiser, e tiver capacidade [também], não importa que este seja um filho de político ou um filho da puta [redundâncias a parte].