quinta-feira, 24 de dezembro de 2015

Um Natal de Refúgio para refugiados

Diz o salmista “SENHOR, tu tens sido o nosso refúgio, de geração em geração. ” [1], e assim iniciamos esse texto nesse período de natividade. A palavra refúgio não aparece à toa, pois cabe a essa celebração cristã, reviver, relembrar e revigorar na alma de cada um, que antes de tudo, de geração em geração, o Senhor tem sido refúgio.

            Por mais que distante esteja o homem de si, do outro e especialmente, aparentemente da manjedoura, mais uma vez chegamos a lembrança perene de que “EMANUEL, Que traduzido é: Deus conosco. ” [2], o Deus-menino nasceu, e nasceu numa região tão conhecida de todos nós, tão falada por questões sanguinárias e violentas, conflitos e mais conflitos que permeiam a Oriente Médio. Mais uma vez, nossas atenções estão voltadas para lá com o medo permanente de guerra, porém, a pausa para pensar no Príncipe da Paz[3] reascende nesses dias natalinos. No período de seu nascimento, eis que o povo israelita era subjugado pelos romanos, sem liberdade, sujeitos as leias romanas, privados de muito do que é desejado por diversos povos, o desejo de serem donos de seus destinos. Poderíamos pensar como hoje, quantos povos daquela região estão em situação semelhante, quantos se encontram refugiados, expatriados, forçados a deixar suas casas por medo da violência que os acomete. Conforme os textos sagrados, foram um tanto dessas experiências que sentiram José e Maria, por sinal, os mesmos precisaram pouco tempo depois do nascimento de Jesus, deixar sua terra e refugiar-se no Egito, pois perseguidos seriam por conta da criança em terras da Judeia.

            Um cenário breve foi traçado para que voltemos ao mistério descrito desde o início, o Senhor tem sido nosso refúgio! Refúgio é buscar abrigo, é buscar também uma fuga, buscar fugir, buscar asilo e segurança. Todas essas significâncias expostas transcende a mínima causa de cada indivíduo, pois o Senhor tem sido nosso refúgio! Na manjedoura habitou em refúgio humano, o Refúgio de todo homem e mulher; no Cristo habitado em carne figura o Deus-menino. Deus fez-se carne e habitou entre nós[4], habitou em nossos braços, braços de sua criação, porém o refúgio é na verdade a busca, não que o homem pudesse lhe trazer refúgio, mas que ele veio em busca do homem, o Refúgio veio ao homem quando este não mais podia ir para Ele. Transcendeu o tempo e o espaço e veio buscar-nos para colocar-nos em seu refúgio. Ele veio em um tempo de fuga, de escape do jugo romano, veio e pequeno foi refugiado pela terra, compartilhando das dores de um fugitivo, errante e violentado em sua própria terra. Esse parecer nos atesta o que tanto vemos em nosso mundo hoje, um mundo de refugiados, expatriados, fugitivos de seus lares, sem teto, sem pátria, sem ter para onde ir, assim vemos muitos povos. Sem contar que fugimos também em busca do refúgio da dignidade humana, da fraternidade humana, da própria humanidade como um todo que longe está de si mesma, cada homem em sua fuga particular, busca o refúgio peculiar para si.

Eis que vos anuncio hoje mais uma vez, a certeza que retumba a mais de dois mil anos com o advento natalino, com a vinda do Senhor, aquele que experimentou o que é ser refugiado, mas que antecede o tempo e espaço e como dissemos no início através do salmista, o Senhor tem sido o nosso refúgio! Acheguemo-nos a manjedoura mais uma vez, contemplemos a nossa Salvação, contemplemos a nossa Redenção, contemplemos o fim de nossas fugas internas e nosso Refúgio aos males externos. Assim tem sido, nosso Senhor de geração em geração, chama a todos os homens, de todos os cantos para refugiar-se nEle, na graça trazida realçada pela manjedoura que acalenta e nos traz esperança e nos conduz a mesma sorte, a sermos porta-vozes para tantos que buscam abrigo e refúgio.

Danilo Reis


[1] Salmo 90:1
[2] Mateus 1:23
[3] Isaías 9:6
[4] João 1:14

sexta-feira, 11 de dezembro de 2015

O inferno

Inferno é o lugar onde não há alguém pra amar!

segunda-feira, 23 de novembro de 2015

Qual evangelho você está pregando?

Ensine sobre Cristo aquilo que você recebeu de Cristo!
Essa tem sido a máxima da minha crença ultimamente.
Confrontado diariamente (mas não diretamente, só observo) as inúmeras apresentações daqueles pregadores com a missão jihadista de converter uma alma ou matá-la.
Me peguei pensando sobre a frase inicial desse tópico e a contrastei com a atualidade...
Não estariam ali pelo pressuposto de ter recebido a salvação divina?
E não a receberam mediante a imensa misericórdia de Deus?
Se assim foi, por que não exibem essa graça com os diferentes?
Diriam alguns "Deus é amor, mas também justiça".
Meus amigos, a justiça de Deus é aplicada toda vez que ele ama uma de suas criações e o aceita sem o confrontar sobre seus atos.
Se não foi isso que você recebeu, talvez esteja na hora de conhecer esse evangelho.
Deixe-se inundar de amor e transborde isso para os demais.
Cristo lhe deu amor e não espada.

quarta-feira, 25 de março de 2015

Porque todo Cristão deveria ser um Libertário?

Bom, assim como eu, vocês também devem ter percebido o quão engajadas politicamente as pessoas se tornaram ultimamente. isso é fato. Seja por desilusão com a situação atual, seja porque sempre tiveram uma chama acesa e esse sopro causou um renovo, ou seja simplesmente pelo que eu costumo chamar de “desespero por atenção” que as redes sociais baseadas em timeline tem causado ultimamente.
É fato também que esse engajamento todo tem trazido à tona um problema mais grave: as pessoas não sabem (ou não demonstram saber) no que acreditam. Foi o que aconteceu comigo. Parei pra pensar onde eu me encaixava no contexto político atual e simplesmente não me senti representado por nenhuma classe politica de destaque no cenário nacional.
“- FELICIANO ME REPRESENTA” esbravejavam alguns evangélicos das alas mais pentecostais “- BOLSONARO ME REPRESENTA” alguns mais tradicionais ousavam repercurtir, entre outros.
O que percebi é que essas pessoas se identificavam com alguns principios em comum com determinada figura, e já passavam a assinar cheque em branco para que esses senhores fossem seus porta-vozes.
Como sempre fui crítico (leia-se chato) passei a me questionar e me vi perdido. Foi neste momento que me foi apresentado ao LIBERALISMO (ou LIBERTARIANISMO, favor não confundir com LIBERTINAGEM, rs), e meu “vazio existencial” foi preenchido de similar forma, lógico, com menor intensidade como da vez em que me converti (é pra glorificar de pé, Igreja).
Sim! Tudo começou a fazer sentido, eu tinha algo em que acreditar, algo que eu já havia experimentado em menores doses mas que precisava buscar de forma mais profunda.

Tá, mas do que você tá falando ai seu herege?!
Calma, cara! É só uma forma de se pensar como uma sociedade é organizada,  que diverge do que temos como padrão hoje em praticamente todas as nações do mundo.
A premissa do Liberalismo é de que o individuo é o melhor gestor do seu patrimonio e que o mercado define os rumos que determinado aglomerado de cidadãos irá tomar. O Mercado faz isso melhor que o Estado, pq o Estado é intervencionista, protecionista e tendencioso.
O padrão atual de gestão considera que o Estado deve estar no controle de tudo, para que todos se beneficiem. O problema claro nisso tudo é que o governo cobra caro, burocratiza muito, demora demais e não provê nada do que o individuo necessita. Trocando em miudos: é ineficiente!
O ponto que eu gostaria de tocar aqui, é que para os Cristãos, esta é uma ótima forma de se organizar uma sociedade. Haja visto que os sistemas atuais, sejam eles Socialistas, Teocráticos, Monárquicos etc. Não se sustentam sem que seja tirado do cidadão o direito à Liberdade.
Nisso, acho paralelo na Bíblia pra basear o título do texto.

Foi para a liberdade que Cristo nos libertou. Portanto, permaneçam firmes e não se deixem submeter novamente a um jugo de escravidão
                                                                                   Gálatas 5:1
Paulo dedicou boa parte das suas cartas para alertar os Cristãos de que a Lei havia caído, que a Liberdade em Cristo fora conquistada.
Ora, confiaremos agora em uma bancada dita “evangélica” para defender principios Cristãos numa sociedade que decidiu não trilhar este caminho?
O que vemos são batalhas intermináveis entre deputados para discutir questões como: aborto, casamento homossexual, drogas, maioridade penal, ETC. Cujo concenso nunca será alcançado, pois ambas as partes não querem abrir mão de seus ideais.
Pois bem, em uma sociedade liberal, haveria liberdade incondicional, ou seja: se um pastor não quisesse fazer a cerimonia de casamento de um casal homoafetivo, não seria punido por isso, assim como um padeiro não seria punido se negasse a vender pão pra um Cristão.

Caminhamos pra um futuro onde tudo será regulamentado conforme a decisão da maioria, o problema é que na maioria das vezes a maioria é burra.
Desejo com esse texto apenas abrir os olhos pra essa questão que julgo adequada para os dias de incerteza política em que vivemos.
Estude, pesquise, se informe.

Precisamos mudar? Lógico! Mudaremos com passos em direção a Liberdade que não é só um direito, mas uma CONQUISTA.

Manoel Henrique