domingo, 5 de maio de 2013

Verdade

A Verdade...
Sempre fui apaixonado por ela!
Sempre a respeitei, a amei, a desejei, a preferi acima de todas as coisas.
Porém, as pessoas insistem em dizer que há "verdades e verdades", que ela pode se apresentar de diversas formas e eu entendia que verdade poderia ser maquiada.
Há muitas histórias que eu poderia contar pra figurar isso que estou dizendo, mas uma me chama atenção sempre que penso nisso:
Um domingo qualquer acordei pela manhã e percebi que a casa estava diferente. Tava minuciosamente arrumada (não que fosse uma bagunça) e minha mãe já tinha até preparado o almoço (não que ela seja preguiçosa) e a mesa tava bastante farta com variedades no cardápio (não que nosso cardápio seja pobre, somos mineiros e nos contentamos com um frango com quiabo, tutu de feijão, arroz e uma salada).
Estava tudo muito bem organizado como se fôssemos receber uma visita importante. E mais tarde chegou a visita ilustre. Se tratava do namorado da minha mãe. Havia algum tempo que ela tinha separado do meu pai e era seu primeiro relacionamento pós casamento.
Claro que eu não poderia deixar passar desapercebido aquela cena e fui logo comentando com o sujeito: "As coisas não são bem assim como você está vendo".
Não era bem daquele jeito mesmo. Temos costumes mais simples. Muito do que estávamos fazendo aquele dia fazemos naturalmente todos os dias, apenas maquiamos pra que ficasse bem visível a ideia e causasse uma reação positiva.
Bom, verdade maquiada é um pouco disso.
As pessoas precisam transformar a verdade num cartaz de boas vindas sorridente e atrativo pra não causar um choque.
E com isso, cada vez mais a verdade nua e estampada vai causando uma má impressão.
Não estamos mais capacitados pra receber a sinceridade. Amamos sinceridade da boca pra fora.
Por dentro temos medo do choque que isso possa nos causar.
O que queremos mesmo são palavras doces e gentis para acariciar o ego com uma sutileza de verdade.
Desculpe se sou ignorante ou extremista, mas isso não serve pra mim. Isso não funciona comigo.
Por vezes fui interpretado como ignorante por amar tanto a sinceridade. Talvez eu seja ou já fui algumas vezes mesmo.
Será que estou errado em querer que as pessoas recebam da minha parte aquilo que sou? Ou eu deveria me enquadrar nos moldes da sociedade e maquiar a verdade?
Nesse meu jeito de ser, já perdi amigos e ganhei outros. Talvez eu não tenha perdido nada.
Amigo é aquele que te aceita do jeito que você é. Os outros vão tentar enquadrar você do jeito deles.