Romanos 4:13 Não foi por intermédio da lei que a Abraão ou a sua descendência coube a promessa de ser herdeiro do mundo, e sim mediante a justiça da fé.
Romanos 4:16 Essa é a razão por que provém da fé, para que seja segundo a graça, a fim de que seja firme a promessa para toda a descendência, não somente ao que está no regime da lei, mas também ao que é da fé que teve Abraão. Porque Abraão é pai de todos nós.
Paulo diz aí indiretamente que Israel nunca entendeu a Lei de Deus.
Partindo disso podemos também concluir que a Igreja não entende Graça?
Leia partes interessantes do contexto:
Romanos 4:1 Que, pois, diremos ter alcançado Abraão, nosso pai segundo a carne?
Romanos 4:2 Porque, se Abraão foi justificado por obras, tem de que se gloriar, porém não diante de Deus.
Romanos 4:3 Pois que diz a Escritura? Abraão creu em Deus, e isso lhe foi imputado para justiça.
Romanos 4:9 Vem, pois, esta bem-aventurança exclusivamente sobre os circuncisos ou também sobre os incircuncisos? Visto que dizemos: a fé foi imputada a Abraão para justiça.
Em outra passagem, Paulo diz que a Lei serviu de babá para Israel (Gl 3:24).
Ele comparava Israel como uma criança que precisava de cuidado especial pq ainda não tinha maturidade suficiente para "andar com as próprias pernas".
A Graça é a isenção de qualquer tutor, pois prega a liberdade em Cristo.
Que liberdade é essa?
Será que é o que ouvimos alguns pregadores dizerem, coisas do tipo: "sou livre pra dançar"; "livre pra pular"; "livre pra gritar; etc.
Não!
Rm 8:1 diz: "pois ele nos livrou da Lei da morte e do pecado e nos transportou para a lei do Espírito e da vida"
A liberdade consiste do pecado!
Mas então alguém diria:
-Mas ainda pecamos!
Pois sim! Ainda pecamos!
Mas essa liberdade consiste em não mais nos pesar a consciência em função do pecado, pois o Reino de Deus trás salvação pela fé e não pelas obras da carne.
Paulo ainda diz em Rm 6:7 (no contexto onde ele assemelha o batismo com a morte e ressurreição de Cristo) que "quem morreu, foi justificado do pecado."
O pecado que nosso corpo está submetido é o que chamamos Pecado Original.
É aquele que entrou na natureza humana através de Adão.
Então, podemos não praticar o ato do pecado (ainda que seja utópico), mas o pecado ainda sim está em nós, pois passou a fazer parte da nossa natureza desde Adão.
Igualmente Cristo, ele possuía a natureza do pecado, ou seja, ele possuía o Pecado Original, a capacidade de cometer um delito, mas não cometeu pecado.
É como dizia Lutero:
O pecado original está em nós como a barba. Barbeamo-nos hoje, parecemos apresentáveis e nosso rosto está limpo; amanhã nossa barba cresce de novo, e não pára de crescer enquanto permanecemos na terra. De maneira semelhante, o pecado original não pode ser extirpado de nós; ele brotará em nós enquanto vivermos.
E aquele que cometeu/comete já está justificado dele (Rm 6:7).
A Graça ensina essa liberdade, em poder viver sem a culpa do pecado, pois Cristo foi achado culpado uma única vez em favor de todos, transformando assim a nossa transgressão em justiça, nosso cativeiro em liberdade.
terça-feira, 26 de agosto de 2008
sexta-feira, 8 de agosto de 2008
Deus violento
Em história, estudamos sobre a crise da Idade Média, ou Idade das Trevas (em sentido mais poético). Estudamos e entendemos como foi esse período histórico que durou cerca de 10 séculos iniciado no século V e terminado no século XV.
Foi um período de muitos acontecimentos históricos significantes, e uma cultura cheia de ritos, lendas, mistérios, folclores, além de guerras, pestes, doenças, etc.
O modo de produção predominante nesse período foi o Feudalismo, e o poder religioso estava sob posse da Igreja Católica.
O povo era laico (como se hoje não o fosse), temia os senhores feudais que eram os "reis" da terra - inclusive durante o período de nacionalização, os maiores senhores feudais se tornaram os reis de seus países -, a Igreja Católica, a maior detentora de poder, já que também era uma senhora feudal, então tinha poder político, ainda detinha um poder econômico e o principal dos poderes em seu tempo que era o poder religioso.
Era comum o povo crer que sua desgraça ou acontecimentos desastrosos, doenças, mortes, enfim, todo tipo de acontecimento denominado como mau, era um castigo de Deus.
Havia essa idéia que Deus estava castigando por algum pecado cometido pela pessoa ou por antepassados. Uma idéia de Deus mau, um Deus violento, sem compaixão.
A idéia desse Deus era atemorizante!
O povo era mentalmente massacrado em uma fé cega e inexistente, em um deus meramente criado pelos homens, uma idéia, um mito religioso para manter o povo sob seu domínio.
Com o aumento das guerras; a peste negra que devastou a Europa no século XIV, matando entre 25 e 75 milhões de pessoas, cerca de 1/3 da população da época; a fome que se deu devido mudanças climáticas e ocasionou com o declínio da produção agrícola, ora chovendo, ora secas, isso diminuiu a produção de alimento e muitos morreram de fome.
Um prato cheio para a Igreja novamente impor medo no povo dizendo ser um castigo divino, uma praga como as 10 que aconteceram no Egito, era Deus se vingando do povo devido a multidão dos seus pecados.
Talvez hoje, você olhe para livros de história, como eu fazia há alguns anos atrás quando estudei pela primeira vez o período da Idade Média, e dê risadas com tamanha ignorância da população da época.
Mas hoje, mais de 5 séculos se passaram desde esses acontecimentos, e muitos outros vieram após isso e que também marcaram a história da humanidade, como a Reforma religiosa, Grandes Navegações, Renascimento, Revolução Francesa, Revolução Industrial, I e II Guerra Mundial, Quebra da Bolsa de Nova Iorque, entre vários outros acontecimentos... É difícil imaginar uma sociedade em pleno século XXI que esteja presa a essas doutrinas de um Deus violento que assola a humanidade com pestes devido os pecados e o desvio de seus caminhos.
É difícil imaginar, mas infelizmente é uma realidade tão óbvia quanto a que existiu na Idade Média.
É comum vermos em cultos televisionários e dentro das igrejas, os homens pregando e ensinando o povo laico, que o motivo pelo qual eles passam por dificuldades é porque Deus não estende mais suas mãos para os protegê-los devido os pecados; a maldição de não haverem dizimado, como se o dízimo fosse um contrato assinado com Deus em que você o paga e Ele te dá proteção e prosperidade; a rebeldia; a insubmissão com lideranças religiosas, devido a idéia equivocada de uma hierarquia eclesiástica onde aqueles que deveria ser delegados para servir a comunidade, estão liderando e impondo suas regras e doutrinas; tudo isso em nome de uma fé cega, que engana o povo.
O povo mais uma vez sofre na ignorância sem conhecer o Deus que é rico em amor, graça, benignidade, longanimidade, o Deus cuja misericórdia triunfa sobre o juízo. O Deus que entregou seu Filho a morte, para que nós pudéssemos ter vida plena, o Deus que nos fez seus filhos.
Se nossos passos forem os mesmos da Idade Média, ainda existe uma esperança, pois ela termina em uma Reforma. Os valores divinos autênticos são novamente aplicados e ensinados, conceitos são mudados e o povo recebe a libertação da mente e pode novamente enxergar Deus como Ele é e não como os outros tentaram passar.
Há esperança para nós!
quarta-feira, 6 de agosto de 2008
Originais da bíblia
Faz um certo tempo que percebo a ignorância de certos irmãos em Cristo dado ao conhecimento das escrituras e a seu estudo.
Certa vez ouvi uma frase meio hilária:
-"Bíblia não é desodorante pra ser carregada debaixo do braço"!
O assunto é o seguinte: ORIGINAIS DA BÍBLIA!
A bíblia, de Gênesis ao Apocalipse, levou cerca de 1500 anos pra ser finalizada, teve cerca de 40 escritores que foram divinamente inspirados para escrever a bíblia como A Palavra de DEUS, alguns afirmam que ela não é a Palavra de Deus, mas que contém a Palavra de Deus.
Não quero me ater a detalhes, vamos ao que interessa.
O Velho Testamento foi escrito originalmente em Hebraico com alguns trechos em Aramaico e o Novo Testamento em Grego, com uma suposta exceção do livro de Mateus, esse poderia ter sido escrito originalmente em Hebraico ou Aramaico, porém, essa alegação é uma suposição, pois nunca foi encontrado evidências.
A história de Mateus surgiu com São Jerônimo que foi tradutor da Vulgata Latina no século V. Em uma carta onde São Jerônimo escreve a São Damas dedicando a Vulgata e falando sobre o processo de tradução que deu origem a mesma, então ele afirma ter consultado o original de Mateus em Hebraico, esse documento, segundo informação de Jerônimo, estava em posse da Igreja em Beréia, porém nunca chegou até nós.
A tradução, (para muitos leigos entre nós) não é tão simples quanto pegar um dicionário e transpor a palavra para o sentido no português. Muitas palavras no original não tem tradução a altura e muitos texto ficam totalmente sem sentido, exigindo mais dos tradutores.
Para melhor tradução, é extremamente necessário que o tradutor domine a língua original, para que essa tradução esteja o mais fiel possível ao original sem mudar o sentido do texto.
O problema é que, não existe uma tradução fiel, exatamente pelo motivo de não existir em nossa língua, termos que derivados do grego fatalemente perdem o sentido e alteram a interpretação do texto.
O problema aumenta na proporção que a maior parte das traduções vem a gosto do freguês, quer ver exemplos?
Acesse esse link: http://www.espirito.org.br/portal/artigos/paulosns/os-textos-originais.html
Não somente essas, mas várias outras traduções apresentam formas diferentes de tratar do mesmo assunto, ou que pelo menos deveria ser o mesmo assunto, mas são equivocadamente traduzidas no sentido que o tradutor quer transmitir.
Diante disso fica difícil continuar afirmando que a bíblia é a Palavra de DEUS.
Podemos até afirmar que seja, mas também acrescentar que "A bíblia é a Palavra de DEUS corrigida e revisada pelos Homens".
O problema aumenta ainda quando se usa devidamente os originais.
É normal eu ver em debates pessoas questionando o uso dos originais, normalmente escuto frases como: "A bíblia é a palavra de Deus em qualquer tradução"
Essa frase é acertada, em qualquer tradução ela realmente é a palavra de Deus, mas as interpretações não nos levam ao entendimento de Deus, mas ao entendimento do ego.
Também escuto os mais radicais (que geralmente também são os mais tolos): "Então rasgarei minha bíblia".
Esta alegação, por deveras é ignorante e irracional.
Devemos separar a aplicação pessoal da bíblia em nossas vidas, como instrução divina e forma de conduta e salvação; e no sentido acadêmico, lessionando, ensinando, doutrinando. Nesse sentido de doutrina, de usá-la para ensinar, é extremamente necessário o bom manuseio da bíblia, e o bom manuseio não dispensa o conhecimento de sua história, dos originais e domínio da língua ao qual foi escrita, exatamente pra fugir desses pequenos deslizes e lacunas deixadas por uma má tradução, ou pela falta de linguagem adequada em nossa língua portuguêsa ou qualquer que seja a língua.
Por exemplo, os islâmicos não permitem uma tradução do Alcorão. Não existe tradução canônica do Alcorão, se você quiser estudá-lo, terá que aprender a língua original.
A nossa liberdade afeta o sentido do texto e o sentido do texto ferido não transmite totalmente a verdade.
Vejamos o que a própria bíblia fala acerca de quem a usa:
2 Timóteo 2:15Procura apresentar-te a Deus aprovado, como obreiro que não tem de que se envergonhar, que maneja bem a palavra da verdade.
Esse assunto é bastante extenso, então deixo aqui alguns estudos que circulam na internet:
http://www.sbb.org.br/interna.asp?areaID=114
http://www.jesussite.com.br/acervo.asp?id=353
http://www.jesussite.com.br/acervo.asp?id=151
http://www.jesussite.com.br/acervo.asp?id=63
http://www.jesussite.com.br/acervo.asp?id=72
Certamente você encontrará muito mais sobre o assunto pela internet e livrarias, boa leitura!
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