domingo, 28 de dezembro de 2008

VIVEMOS REALMENTE DE ACORDO COM AS ESCRITURAS?

Agimos conforme a Palavra de Deus! O NT é nosso guia de fé e prática! Vivemos... E morremos... Pela Bíblia!
Estas foram as palavras que saíram da boca do Pastor Farley enquanto pregava seu sermão dominical matutino. O Sr. Winchester Spudchecker, um membro da igreja do Pastor Farley, escutara tais sermões dezenas de vezes antes. Mas desta vez foi diferente. Trajando seu terno azul, congelado no último banco com sua esposa, Trudy Spudchecker, Winchester mirava fixamente o teto da igreja enquanto o Pastor Farley trovejava sobre “fazer tudo de acordo com a Bíblia Sagrada”.
Uma hora antes do Pastor Farley iniciar seu sermão, Winchester brigara feio com Trudy. Isso acontecia sempre que Winchester, Trudy, e suas três filhas, Felícia, Gertrude, e Zanóbia, se aprontavam para ir à igreja nas manhãs de domingo.
Sua mente relembrava o ocorrido...
“Truuuddyy! Por que as meninas ainda não estão prontas!? Sempre nos atrasamos! Por que não as arruma em tempo!?” Gritou Winchester.
A resposta de Trudy era tipicamente a mesma. “Se você me ajudasse, isso não aconteceria sempre! Por quê não começa a dar uma mão nesta casa!?” O bate-boca continuou até que Winchester voltou-se contra as meninas: “Zanóbia Spudchecker!... Por quê não nos respeita e se apronta em tempo!?... Felícia, quantas vezes tenho que lhe pedir para desligar seu ‘Play Station’ antes das 9:00 horas!?” Muitas vezes uma ou mais das três meninas choravam diante destas acusações, criando um tema ainda mais tenso.
Vestidos em sua melhor roupa domingueira, a família Spudchecker disparava em direção à igreja a toda velocidade (Winchester odiava chegar atrasado e recebera três multas no último ano por excesso de velocidade — todas referentes aos domingos pela manhã!).
Enquanto corriam em direção ao edifício da igreja, o silêncio no carro era lúgubre. Winchester se acalmara. Trudy estava magoada. Cabisbaixas, as três irmãs Spudchecker preparavam suas mentes para algo que detestavam... Agüentar mais uma hora chata de Escola Dominical!
Ao chegarem no estacionamento lotado da igreja, Winchester e Trudy saem radiantes do carro, abrindo um enorme sorriso. Entram abraçados, saúdam os demais membros da igreja com um sorriso nos dentes fingindo que tudo vai bem. Felícia, Gertrude, e Zanóbia seguem seus pais com os narizes empinados.
Estas foram as recentes e dolorosas lembranças vindas à mente de Winchester na manhã de domingo enquanto o Pastor Farley proferia seu sermão. Carregado de culpa, Winchester começou a questionar-se:
“Por que estou aqui vestido com minha melhor roupa fingindo ser um bom cristão quando apenas uma hora antes me comportei como qualquer pagão?”
“Quantas outras famílias passaram por esta triste experiência nesta manhã? Estamos bem perfumados, mas agradamos a Deus?”
Tais questões nunca haviam passado antes pela consciência de Winchester.
Observando a esposa e os filhos do Pastor Farley sentados com uma atitude afetada no primeiro banco, Winchester matutava: “Será que o Pastor Farley também esculachou sua esposa e filhos esta manhã!? Hmmm...”
A mente de Winchester vagava nessa direção enquanto observava o Pastor Farley golpear o púlpito e levantar sua Bíblia com a mão direita. O Pastor trovejava... “Nós da Primeira Igreja da Comunidade Bíblica do NT fazemos tudo por este Livro! TUDO! Esta é a Palavra de Deus, não podemos nos desviar dela... nem mesmo um milímetro!”
Enquanto o Pastor Farley vociferava, ocorreu um pensamento inédito em Winchester: “Não me recordo de haver lido na Bíblia que os cristãos devem vestir a melhor roupa para ir à igreja. Isto está nas Escrituras!?”
Este único pensamento desencadeou uma torrente de outras questões cruciais. Observando aquelas fileiras de gélidos espectadores sentados em seus bancos, a mente de Winchester foi inundada por questionamentos. Perguntas que quase nenhum cristão formula. Questões como:
“Será que sentar nesse banco duro e ver cinco fileiras de nucas à nossa frente durante 45 minutos nos faz agir segundo a Bíblia? Por quê gastar tanto dinheiro mantendo este edifício para passar aqui algumas poucas horas e apenas duas vezes por semana? Por quê a congregação fica tão sonolenta quando o Pastor Farley prega? Por quê minhas filhas odeiam tanto a Escola Dominical? Por quê passamos por este mesmo ritual, previsível, mecânico, sonolento, a cada manhã de domingo? Se estou cansado dessa igreja que não me acrescenta nada espiritualmente, por quê a freqüento? Por quê coloco esta gravata incômoda cada domingo pela manhã enquanto ela corta a circulação de sangue para meu cérebro?”
Winchester lutava consigo mesmo enquanto estas questões martelavam sua mente. Ele sentiu-se como que contaminado e sacrílego por pensar tais coisas. Sem dúvida alguma coisa diferente estava acontecendo dentro dele que o compelia a colocar em dúvida toda sua experiência eclesiástica. Tais pensamentos estiveram inativos por anos no subconsciente de Winchester, e agora vieram à tona.
Curiosamente, os questionamentos de Winchester naquele dia, praticamente nunca atingem a maioria dos cristãos. Tais dúvidas simplesmente nunca assaltam nossos cérebros. A realidade é que os olhos de Winchester se abriram.
Pode soar estranho, mas quase tudo aquilo que é feito em nossa igreja moderna não tem qualquer base bíblica. Enquanto os pastores rugem do alto de seus púlpitos sobre seguir a “Bíblia” e trilhar a “pura Palavra de Deus”, suas palavras lhes atraiçoam. É alarmante a terrível diferença entre nosso moderno cristianismo e
as práticas da igreja do século I.

Introdução O Cristianismo Pagão - Frank Viola, Editora Restauração

Um comentário:

jb disse...

Parabéns pelo blog, Jesus Abençoe.

http://jadhibllu.blogspot.com