quarta-feira, 28 de maio de 2008

O Rei


Terminei de ler hoje, o primeiro livro da série "As Crônicas de Nárnia" do autor irlandês C. S. Lewis.
O livro, cujo título é "O sobrinho do mago", conta a história de como Aslan, o leão e único personagem que aparece na seqüencia de todos os outros livros, cria o mundo encantado de Nárnia. Também conta as aventuras de Digory Kirke e Polly Plummer que fazem a viagem para essa terra e testemunham a criação de Nárnia.
Bem, não quero me apegar a detalhes do livro, que por sinal é ótimo e me convidou a ler toda a série que contém 7 livros ao todo.
Há uma grande temática cristã incorporada aos livros que contam a saga de Nárnia. E é sobre ela que quero registrar uma coisa que muito me chamou a atenção e me fez pensar, sem muita demora, vou mostrar um trecho em que Aslan convida à Franco (cocheiro), para se tornar o Primeiro Rei de Nárnia, veja o que Aslan diz:

"Pode governar estas criaturas com espírito de bondade e justiça, lembrando-se de que não são escravas, como os bichos mudos do mundo em que nasceram, mas animais falantes e súditos livres?
E ensinará seus filhos e netos a procederem do mesmo modo?

E não escolherão privileiados, nem entre os seus próprios filhos, nem entre as outras criaturas, nem deixarão que uns oprimam os outros?
E se inimigos vierem combater a terra (pois eles virão), será você o primeiro a atacar e o último a bater em retirada?
Se o fizer, terá feito o que um rei deve fazer."

Não sei bem qual a intenção de C. S. Lewis nessa parte do texto. Não sei o que ele queria expressar aí, mas sei bem qual temática cristã tirar desse trecho.
O contexto é o seguinte:
-Franco era um homem do campo, que veio para Londres tentar ganhar a vida e trabalhava como cocheiro, era simples, humilde e um bom homem, sem nenhuma má intenção, é até engraçado em certos trechos onde ele canta louvores ao Senhor e apazigua situações, enfim... Franco era um homem bom, pobre, e não tinha nenhum perfil de rei. E não sei quais, mas Aslan, o criador do mundo de Nárnia, viu qualidades nele que foram capazes de o tornar rei.

Identifico esse ponto com a nossa escolha para o evangelho, para o Reino de Deus. Em como Deus, o criador de todas as coisas, nos escolhe para o seu Reino e nos convida a zelar por ele nos dando a tarefa de amar uns aos outros.
As palavras de Deus para nós não são tão diferentes quanto as palavras de Aslan para Franco.

Se tenho certeza de alguma coisa, estou certo disso, que nenhum homem chamado por Deus, recebeu dele qualquer poder de governar sobre outro homem como quem governa a um escravo.
Estou certo que Deus não intitulou ninguém em sua Igreja como governador de homens, como aquele que ditaria as regras a serem seguidas, como o líder, o cabeça, o governador, o homem do poder, etc.

Acredito, assim como Leon Tolstoi, Ghandi, Martin Luther King, que a melhor sociedade é aquela que se baseia na compaixão.
Esse é o princípio que deu certo na Igreja Primitiva, quando os membros dela viviam em função uns dos outros. Quando todos tinham tudo em comum, eram todos um só coração e uma só mente.

Assim como o Rei de Nárnia foi chamado a servir em função dos habitantes de Nárnia, nós fomos chamados a servir em função dos que habitam no Reino de Deus.
Bem mais poderia dizer, porém, deixo as palavras de Aslan ressoar no coração de vocês.

2 comentários:

Murilo disse...

Bah Joe. essa coleção eu adorei, lí em questão de umas 2 semanas... realmente é uma história que te prende cada vez mais, chega a ser triste quando termina =].

Temos mesmo que aprender a conviver com os outros, saber que Deus não nos deu a autoridade de pisar nas pessoas, somos os embaixadores do Reino, mas a ordem é a de que "venhamos para servir e não para sermos servidos", assim como fez Jesus.

ah sem muitos comentários... relacionei teu blog nos meus links, gostei daqui!!!

[Nem's] Neemias Santana disse...

Grande Joe !!!

Texto muito maneiro e com o já característico equilíbrio.

Continua nessa jornada, mano. Vc vai longe. Vai se apaixonar !!!


Abração do teu brother,

Nem's