domingo, 31 de maio de 2020

I can´t breathe

Nos últimos dias tivemos dois casos semelhantes de vítimas da violência do estado contra pessoas pacíficas e inocentes.
O caso do menino João Pedro de 14 anos baleado dentro de casa numa operação da Policia Civil e Federal no complexo Salgueiro e do americano George Floyd que foi abordado por policiais como suspeito de passar uma nota falsa em uma loja.
Os dois casos chocaram respectivamente Brasil e mundo e tem em comum o fato das vítimas serem pretos e acometidos por uma ação violenta e criminosa do estado que usa de sua força bélica diariamente contra aqueles que consideram ameaça a sociedade.
No geral, essa ameaça tem cor e classe social.
Mas não quero entrar no âmbito da luta racial e social nesse texto. Quero alertar em função de vários comentários que sempre vejo saindo da boca de ditos cristãos em defesa dessas ações criminosas.
É comum vermos a fala "não se pode condenar a policia por causa do ato isolado de uns poucos"; "temos que respeitar as autoridades"; "infelizmente essas vitimas apenas estavam no lugar errado e na hora errada".
Não dá pra entender o cara que 1 domingo por mês celebra o corpo e o sangue de um inocente que foi vítima da opressão do estado e faz uma fala dessas quando o inocente é outro.
A bíblia narra que quando Jesus deu seu último suspiro na cruz, céus e terra se abalaram como que demonstrando inquietação e repúdio pela morte de um inocente.
Esse é o alerta dos céus que Deus não se alegra com o sangue inocente sendo derramado.
A igreja tem o dever ético de apoiar qualquer ato contra a violencia, não somente quando a ação violenta parte da vítima e como bem disse Malcon X "não confunda a reção do oprimido com a violência do opressor".
Apoiar a causa da vítima inocente é apoiar a Cristo.
Passar o pano para o estado opressor baseado em uma falsa ideia de submissão de autoridades é legitimar a causa do opressor, é o mesmo que gritar "Soltem Barrabás, crucifique Jesus".

Saí da igreja, e agora?

Sai da igreja, e agora?

Nos últimos anos se popularizou o movimento chamado de desigrejados, que são cristãos motivados por vários fatores, deixaram suas igrejas comuns pra se reunirem em casas ou seguimentos informais, sem placas, nomes ou filiações.
Não desejo aqui entrar no mérito que levou e leva todos os dias alguém migrar do modelo primário de igreja que conhecemos ao modelo secundário.
Chamarei o modelo primário de igreja padrão. Basicamente é uma denominação associada a algum movimento dentro do meio cristão, por exemplo: Assembléia de Deus, que faz parte do movimento pentecostal.
O modelo secundário, chamarei de alternativa. Que é, também, fragmentado em vários modelos de igrejas como por exemplo: Caminho da Graça, ou mesmo algum modelo que não recebe nomes, são menos burocráticos e mais informais.
Como eu disse anteriormente, todos os dias, por vários fatores, diversos cristãos abandonam o padrão. A dúvida que surge inicialmente é: E agora?
Sair da igreja padrão significa necessariamente deixar de seguir minha fé?
Claro que não!
O princípio que estabelece a igreja de Cristo é a afirmação de Pedro descrito em Mateus 16 onde ele diz "tu és o Cristo, filho do Deus vivo". Jesus reconhece que essa revelação é proveniente do próprio Deus e acrescenta "sobre esta pedra, edificarei a minha igreja".
A pedra é a revelação de Deus dada a Pedro acerca da pessoa de Jesus. E Cristo, usa pela primeira vez na bíblia, o termo igreja e a partir daí os discípulos nunca mais pararam de usar esse termo.
Portanto, entendemos aqui o fundamento da igreja. A revelação que o Cristo filho do Deus vivo veio e estabeleceu sua igreja a partir dessa revelação divina dada de bom grado aos homens.
Deixar a igreja padrão não necessariamente envolve abandonar esse credo de fé descrito acima.
Mas e como fica o congregar? Estar entre os irmão de fé é importante?
Sim, é super importante ter contato com cristãos que assim como você professam a mesma fé que Cristo é o filho de Deus.
Hebreus 10:25 nos diz o seguinte: "Não deixemos de reunir-nos como igreja, segundo o costume de alguns, mas encorajemo-nos uns aos outros, ainda mais quando vocês vêem que se aproxima o Dia."
Essa reunião de pessoas que professam da mesma fé em Cristo não pode ser qualquer tipo de reunião. O autor de Hebreus nos diz que deve ser feita como igreja, ou seja, firmados na fé de Pedro que por meio da revelação divina estabelece Cristo como o filho de Deus.
E por que a importância da igreja se reunir nesse propósito de cultuar ao filho de Deus?
Mateus 17 fala sobre a transfiguração de Jesus. Aquele episódio em que Jesus leva 3 de seus discípulos ao monte e lá algo inimaginável acontece, leia:
Seis dias depois, Jesus chamou a Pedro, Tiago e João, irmão de Tiago, e os levou para um alto monte para poderem ficar sozinhos. 2 Ali, Jesus se transfigurou [a] diante deles. O seu rosto brilhava como o sol e as suas roupas se tornaram brancas como a luz. 3 De repente, Moisés e Elias também apareceram diante deles e ambos começaram a conversar com Jesus. 4 Pedro, então, disse a Jesus:
—É bom que nós estejamos aqui, Senhor! Se quiser eu posso construir aqui três tendas—uma para o senhor, uma para Moisés e outra para Elias.
5 Pedro mal tinha acabado de falar quando uma nuvem brilhante apareceu e os envolveu. E da nuvem também vinha uma voz que dizia:
—Este é o meu Filho! Eu o amo muito e Ele me dá muita alegria.
O que essa passagem nos diz é a maravilhosa.
Ali estava Moisés e Elias.
Moisés é a principal figura para um judeu, pois este representa as leis escritas nas tábuas de pedra pelo dedo do próprio Deus e entregue a Moisés enquanto o povo de Israel vagava pelo deserto após a saida do Egito.
E Elias, o principal dos profetas para os judeus. Embora Moisés também fosse um profeta, sua representatividade na cultura judaica está mais associada as leis, enquanto que Elias representa os profetas.
Então ali estão as 2 maiores autoridades reliogiosas da cultura judaica reunidas com uma terceira pessoa, que é Jesus, quando uma nuvem os cobre e uma voz diz acerca da terceira pessoa "este é meu Filho amado...".
É importante mencionar que Lucas 16:16 diz que os profetas e a lei tem valor até João Batista. A partir desse momento, o Reino de Deus se apresenta aos homens através de Jesus, o filho amado de Deus que o dá muita alegria; que fora revelado a Pedro e estabelecido a partir dessa revelação divina aos homens, como fundamento da Igreja.
É nessa crença que a Igreja é estabelecida e a partir dela que nos reunimos para cultuar a Deus sem a barreira que outrora dividia Deus dos homens, limitava o acesso entre Pai e criação. O que a lei e os profetas não conseguiram, Cristo consegue e nos redime da ruptura iniciada em Adão e perpetuada até o momento da crucificação, até o último suspiro do sagrado em forma humana: Está consumado!
Agora que você entendeu isso, talvez surja a pergunta: Mas onde eu posso cultuar junto aos meus irmãos?
A resposta é muito simples: em qualquer lugar!
Todo espaço, onde nos reunimos em nome de Jesus é uma reunião eclesiastica, ou simplesmente uma igreja.
Porque, onde estiverem dois ou três reunidos em meu nome, aí estou eu no meio deles. Mateus 18:20
Entendido isso, mais adiante passaremos a tratar sobre algumas questões que fazem parte do nosso cultuar e da nossa vida em Cristo, tais como: batismo, ceia, salvação, graça, etc.

quarta-feira, 6 de maio de 2020

Fruto da graça

Quem vive negociando com Deus numa relação de troca de favores para obter beneficios está vivendo uma simples religião como qualquer outra.
Todas as religiões também tem um deus oferecendo bençãos em troca de favores.
Isso não torna ninguém mais certo que outro.
Todas as outras também se alimentam e se fortalecem do mesmo combustível: medo!
Eu sou cristão porque em Cristo não há relação de trocas de favores. Existe apenas um Deus que nos ama de maneira tão inexplicável e num amor tão completo que me cobriu desde antes da minha formação e me cobrirá por toda eternidade Tudo que sei é que sou pequeno demais pra me achar merecedor desse amor.
Só posso deduzir que sou fruto de sua graça.