É fato também que esse engajamento todo tem trazido à tona um problema mais grave: as pessoas não sabem (ou não demonstram saber) no que acreditam. Foi o que aconteceu comigo. Parei pra pensar onde eu me encaixava no contexto político atual e simplesmente não me senti representado por nenhuma classe politica de destaque no cenário nacional.
“- FELICIANO ME REPRESENTA” esbravejavam alguns evangélicos das alas mais pentecostais “- BOLSONARO ME REPRESENTA” alguns mais tradicionais ousavam repercurtir, entre outros.
O que percebi é que essas pessoas se identificavam com alguns principios em comum com determinada figura, e já passavam a assinar cheque em branco para que esses senhores fossem seus porta-vozes.
Como sempre fui crítico (leia-se chato) passei a me questionar e me vi perdido. Foi neste momento que me foi apresentado ao LIBERALISMO (ou LIBERTARIANISMO, favor não confundir com LIBERTINAGEM, rs), e meu “vazio existencial” foi preenchido de similar forma, lógico, com menor intensidade como da vez em que me converti (é pra glorificar de pé, Igreja).
Sim! Tudo começou a fazer sentido, eu tinha algo em que acreditar, algo que eu já havia experimentado em menores doses mas que precisava buscar de forma mais profunda.
Tá, mas do que você tá falando ai seu herege?!
Calma, cara! É só uma forma de se pensar como uma sociedade é organizada, que diverge do que temos como padrão hoje em praticamente todas as nações do mundo.
A premissa do Liberalismo é de que o individuo é o melhor gestor do seu patrimonio e que o mercado define os rumos que determinado aglomerado de cidadãos irá tomar. O Mercado faz isso melhor que o Estado, pq o Estado é intervencionista, protecionista e tendencioso.
O padrão atual de gestão considera que o Estado deve estar no controle de tudo, para que todos se beneficiem. O problema claro nisso tudo é que o governo cobra caro, burocratiza muito, demora demais e não provê nada do que o individuo necessita. Trocando em miudos: é ineficiente!
O ponto que eu gostaria de tocar aqui, é que para os Cristãos, esta é uma ótima forma de se organizar uma sociedade. Haja visto que os sistemas atuais, sejam eles Socialistas, Teocráticos, Monárquicos etc. Não se sustentam sem que seja tirado do cidadão o direito à Liberdade.
Nisso, acho paralelo na Bíblia pra basear o título do texto.
Foi para a liberdade que Cristo nos libertou. Portanto, permaneçam firmes e não se deixem submeter novamente a um jugo de escravidão
Gálatas 5:1
Paulo dedicou boa parte das suas cartas para alertar os Cristãos de que a Lei havia caído, que a Liberdade em Cristo fora conquistada.
Ora, confiaremos agora em uma bancada dita “evangélica” para defender principios Cristãos numa sociedade que decidiu não trilhar este caminho?
O que vemos são batalhas intermináveis entre deputados para discutir questões como: aborto, casamento homossexual, drogas, maioridade penal, ETC. Cujo concenso nunca será alcançado, pois ambas as partes não querem abrir mão de seus ideais.
Pois bem, em uma sociedade liberal, haveria liberdade incondicional, ou seja: se um pastor não quisesse fazer a cerimonia de casamento de um casal homoafetivo, não seria punido por isso, assim como um padeiro não seria punido se negasse a vender pão pra um Cristão.
Caminhamos pra um futuro onde tudo será regulamentado conforme a decisão da maioria, o problema é que na maioria das vezes a maioria é burra.
Desejo com esse texto apenas abrir os olhos pra essa questão que julgo adequada para os dias de incerteza política em que vivemos.
Estude, pesquise, se informe.
Precisamos mudar? Lógico! Mudaremos com passos em direção a Liberdade que não é só um direito, mas uma CONQUISTA.
Manoel Henrique