segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Fé? Fé em que?

Ontem fui na casa de um amigo.
Ele é crente, do movimento penteca e vive tentando me levar pra igreja dele.
Não deixa de ser amigo por isso, afinal de contas a amizade está além de qualquer segmentação religiosa, doutrinária e fé.
Bom, mas durante a conversa, ele me falou sobre a sua igreja e sobre um novo pastor que está lá e me disse uma coisa que é até normal, mesmo que não deveria ser.
Ele falou que em todas as campanhas que o pastor faz ele sempre utiliza de algum objeto palpável para simbolizar esta campanha e despertar fé nas pessoas.
O pastor justifica que o ser humano carece de algo palpável para acreditar e de fato ele não está errado em seu modo de pensar, mas aí eu não pude deixar barato e respondi a ele.
Disse a ele que isso é um dos motivos que me afastam a cada dia mais das igrejas e porque eu não seria membro da igreja dele, por exemplo.
Esse era um dos nossos diferenciais.
Eu, mesmo entendendo que coisas palpáveis me trazem uma certa noção de segurança e confiabilidade, não posso me rebaixar ao nível de um idólatra.
Porque é aí que nasce a idolatria, não apenas na veneração das imagens, mas nessa "instrumentalização" da fé.
Tirar o fator da certeza no improvável e passar a crer por intermédio de um objeto.
É como dizer: atravesse esse tunel de 1km no escuro sabendo que tem perigos dentro dele e dar uma lanterna a quem o atravessa.
Daí eu me pergunto porque um sujeito não pode ter um terço nas mãos e rezar suas novenas se outro pode ter uma fitinha da santidade? É muita hipocrisia!
Voltaram ao período moisaico.
Não me estranho ao ver arcas, candelábros, cruz, e outros objetos sendo usados como ítens poderosos em grandes campanhas de muito êxtase espiritual e emocional.
É um processo de imbecilização, nada mais.
Quando aprenderemos?

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