Ontem fui no culto de uma igreja evangélica e ouvi um chavão muito antigo:
"Só jogam pedras em árvore que dá fruto! Se estão jogando pedras em você, é porque você tem frutificado".
Nem preciso dizer que houve um reboliço por parte dos ouvintes, como se o Brasil tivesse feito o gol decisivo em uma final de Copa do Mundo.
Esse ditado é usado, entre outras finalidades, pra inflar o ego cristão nos momentos de "lutas" e "perseguições", quando o pau ta cantando - no popular - e a galera precisa de um incentivo, de uma palavra animadora.
Aí eu comecei a pensar nesse ditado e o que isso tem a ver.
Lembrei de Mateus 7, quando Jesus fala de duas árvores.
Ele dizia isso para nós sabermos identificar quem entre nós era verdadeiro e quem era falso.
Ele fala de duas árvores, uma que dá bons frutos e outra que dá frutos maus.
Simples!
A que dá bons frutos, obviamente, o cristão verdadeiro.
A que dá maus frutos, o falso profeta.
Continuei pensando...
Como sabemos determinar quando uma fruta é boa ou ruim?
Nem sempre um simples olhar ou tocar diz que uma fruta é boa ou ruim, as vezes é preciso prová-la.
Foi aí que me lembrei de uma velha fábula: A Raposa e as Uvas.
Conta a fábula (na versão de Millôr Fernandes) que uma raposa caminhava há dias com fome e avistou ao longe uma parreira de uvas que pareciam deliciosas e tentou com todos os seus esforços pegar aquelas uvas, sem sucesso, foi embora dizendo: "essas uvas estão verdes". No caminho, encontrou uma enorme pedra e arrastou com muito esforço, subiu na pedra e conseguiu apanhar um cacho e quando colocou na boca, rapidamente cuspiu. As uvas estavam mesmo verdes e azedas!
A raposa foi atraída pela bela aparência das uvas, porém, elas não eram boas para o consumo.
Pensando nisso, não vi muita lógica no dizer do pastor com aquilo que Jesus ensina.
Conhecemos uma árvore boa, pelos seus frutos bons e não pela quantidade de pedras que ela recebe!
segunda-feira, 3 de maio de 2010
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